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Pesquisa do IFRS de Ibirubá torna peças 3D mais resistentes com mistura de PLA e grafeno
Publicado em 12/06/2025 09:28
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O futuro da impressão 3D no Brasil pode estar sendo moldado no interior do Rio Grande do Sul. Uma pesquisa desenvolvida pelo professor Émerson ari, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Ibirubá, tem mostrado resultados promissores ao combinar dois materiais: o tradicional poliácido láctico (PLA) e o grafeno, uma das substâncias mais resistentes já conhecidas.
A iniciativa busca superar as limitações do PLA, um dos filamentos mais usados na impressão 3D por ser barato, biodegradável e fácil de imprimir. Ao incorporar apenas 0,1% de grafeno ao material, a resistência mecânica aumentou em 10%, tornando as peças mais robustas sem comprometer significativamente seu peso. Isso significa que uma peça que antes ava 100 kg pode agora aguentar até 110 kg, o que amplia o uso do material em aplicações mais exigentes.
"Vai depender muito da aplicação", explica o professor Émerson. "Em alguns casos, é importante manter a flexibilidade da peça, então não buscamos apenas a resistência."
A pesquisa também avaliou os parâmetros de impressão, indicando que, com os ajustes corretos, qualquer impressora 3D doméstica ou industrial pode obter os mesmos ganhos de desempenho. Essa ibilidade abre caminho para a adoção em larga escala do novo material.
Apesar do avanço, o uso de grafeno reduz o potencial reciclável do PLA. No entanto, por serem termoplásticos, esses filamentos ainda podem ser reaproveitados por meio de aquecimento. Além disso, a maior durabilidade das peças pode significar menor geração de resíduos ao longo do tempo.
A pesquisa do IFRS, feita em parceria com uma empresa que produziu os filamentos para testes, já chamou atenção do setor industrial. A fabricante considera lançar o produto no mercado antes mesmo da publicação dos artigos científicos, devido ao potencial comercial da inovação.
As aplicações são amplas: vão de maquetes arquitetônicas a próteses biomédicas e componentes industriais. No setor agrícola, o foco está em peças que possam tornar máquinas mais leves e, assim, ajudar a reduzir a compactação do solo — um desafio que afeta a produtividade das lavouras.
Ainda há etapas a serem vencidas. Equipamentos como o de teste de fadiga no campus de Ibirubá ainda não estão calibrados para medições precisas, o que motivou a busca por parcerias com outras instituições, como a UFRGS e outros campi do IFRS.
A próxima fase da pesquisa já está planejada: testar a substituição do grafeno por fibra de carbono para avaliar novas propriedades como resistência à compressão. Com a chegada de novos bolsistas e apoio institucional, a expectativa é que o projeto avance ainda mais.
A experiência do professor Émerson ari e sua equipe no IFRS demonstra como a ciência aplicada pode transformar setores estratégicos da economia mesmo fora dos grandes centros, combinando inovação, sustentabilidade e colaboração.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: Jornalista Raquel B. Corrêa - Revista Viral
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